quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

O que é o ''Pé diabetico''?


Pé Diabético
Prof. Dr. Emil Burihan

O pé diabético é um termo muito utilizado na prática médica diária e traduz sucintamente alterações que ocorrem nos pés decorrentes de complicações do diabetes mellitus: a neuropatia diabética (alterações nos nervos periféricos), problemas circulatórios (micro e macroangiopatia diabética) e a infecção. O menor fluxo sangüíneo, a formação de feridas que se infeccionam e de difícil cicatrização (úlceras de perna) podem levar à gangrena. As complicações nos pés dos pacientes diabéticos são responsáveis por cerca de 25% das internações hospitalares destes pacientes.
O que é o diabetes mellitus?
O diabetes mellitus é uma doença metabólica caracterizada pela elevação da taxa de glicose no sangue resultante de defeitos na secreção ou ação insulínica ou ambas. A insulina é um hormônio, liberado pelo pâncreas, responsável pela manutenção apropriada dos níveis de açúcar no sangue. É uma doença crônica e é um dos mais importantes problemas de saúde na atualidade tanto pelo número de pessoas afetadas como pelas incapacitações e anos de vida útil perdidos.
Estima-se que existam no Brasil cerca de 5 milhões de indivíduos com diabetes dos quais metade desconhece o diagnóstico, ou seja, a doença será identificada freqüentemente pelo aparecimento de uma de suas complicações. A prevalência de diabetes (numero de casos existentes em relação à população) nos indivíduos entre 30 e 70 anos de idade é de 7,6%, semelhante à prevalência em vários países desenvolvidos. O diabetes mellitus afeta igualmente homens e mulheres e o seu risco aumenta com a idade [1].

Quais são os sintomas do diabetes mellitus?
Embora o diabetes seja de origem endócrina suas principais manifestações clínicas são metabólicas e após um certo período de tempo é acompanhado por comprometimento circulatório (micro e macroangiopatia). Seus sinais e sintomas são:
Poliúria e Nictúria (o paciente urina mais vezes, em mais quantidade e à noite);
Polidipsia (muita sede decorrente da boca seca);
Polifagia (aumento do apetite);
Emagrecimento rápido;
Fraqueza, astenia (diminuição das forças musculares), letargia (sonolência e apatia) e redução rápida da acuidade visual;
Hiperglicemia :taxa de açúcar no sangue acima de 125mg/dl e/ou glicosúria (açúcar na urina).
Temos que frisar que o paciente pode ser assintomático, descobrindo que é diabético ou por complicações ou por exame de rotina onde se detecta a hiperglicemia.

Quais são os fatores de risco para o diabetes mellitus?
Idade superior a 40 anos;
História familiar (antecedente diabético);
Obesidade;
Presença de doença vascular aterosclerótica antes dos 50 anos;
Mães de recém-nascidos com mais de 4kg;
Uso de medicamentos diabeticogênicos, ou seja, que causam diabetes (corticóide/anticoncepcionais).

O que caracteriza o pé diabético?
O paciente portador de diabetes há alguns anos, é um candidato a ter neuropatia que associada a alterações da circulação sangüínea (micro e macroangiopatia diabética), torna o paciente mais vulnerável a infecções nos pés. Esses três fatores: a neuropatia, a angiopatia e a infecção, constituem a tríade mais freqüente do pé diabético. O pé diabético pode ser causado exclusivamente por apenas um dos fatores mencionados mas a neuropatia é o mais freqüente.
Quais são os problemas mais comuns nos pés?
Os problemas encontrados com mais freqüência nos pés são:
Bolhas e calos causados por sapatos apertados ou mal ajustados;
Verrugas na planta do pé;
Rachaduras (fissuras);
Infecção por micose entre os dedos;
Pequenas infecções nas unhas;
Unhas encravadas;
Pequenos ferimentos associados a unhas alteradas.
Esses problemas encontrados nos pés de qualquer pessoa, não acarretam maiores danos nas pessoas saudáveis mas, no diabético, podem levar a complicações sérias. Os pequenos ferimentos se não tratados podem evoluir para celulite, abcesso e gangrena.

O que é a neuropatia diabética?
O diabetes mellitus pode afetar o sistema nervoso central, o periférico e o autonômico, causando disfunção dos mesmos – neuropatia diabética. No diabético, os fatores de risco para o aparecimento da neuropatia são o tempo de evolução e exposição à hiperglicemia ou hipoglicemia, alteração dos lipídeos, anormalidades da circulação sangüínea, tabagismo, hipertensão arterial, idade e sexo masculino.
A neuropatia diabética periférica mais comum é a neuropatia simétrica bilateral em "meia ou bota" nos membros inferiores e causa a diminuição da sensibilidade dolorosa e térmica da região. Essa diminuição da sensibilidade é o principal fator no desenvolvimento de úlceras e deformações articulares. O pé com neuropatia é caracteristicamente sadio e bem nutrido, tem pelo e mantém boa pulsação arterial na sua extremidade.
O que é a microangiopatia diabética?
A microangiopatia diabética é uma alteração vascular periférica que se caracteriza pela diminuição da circulação sangüínea nos pequenos vasos devido ao seu estreitamento ou obstrução. A isquemia (falta de circulação sangüínea) é geralmente bilateral, multi segmentar e afeta, principalmente, os vasos abaixo dos joelhos.
O pé com falta de circulação é geralmente, frio, seco, atrófico, sem pelos, com unhas secas e quebradiças, mau nutrido e freqüentemente tem rachaduras no tornozelo ou atrás da cabeça do metatarso. Os pulsos periféricos estão diminuídos e/ou ausentes. Pode ter pequenas úlceras secas atróficas e às vezes com pontos de necrose na pele.
O que é a macroangiopatia diabética?
A macroangiopatia diabética é a diminuição da circulação sangüínea nos vasos sangüíneos de maior calibre devido à sua obstrução ou estreitamento. O diabetes mellitus é importante fator de risco no desenvolvimento da aterosclerose, sendo que o risco de complicações vasculares nestes pacientes é de 2 a 4 vezes maior. A aterosclerose no diabético é mais precoce e grave acometendo freqüentemente as artérias da perna. A obstrução de um grande vaso da coxa ou da perna pode levar à gangrena e amputação da perna.
Os fatores de risco adicionais para a aterosclerose são o tabagismo, a dislipidemia (alteração dos níveis de lípides no sangue), obesidade, hipertensão arterial, sexo masculino, vida sedentária e história familiar positiva.
Por que o paciente diabético é mais predisposto à infecção nos pés?
A microangiopatia e a neuropatia fazem com que o diabético esteja mais predisposto à infecção do que outras pessoas devido a má oxigenação dos tecidos decorrente da circulação sangüínea deficiente e diminuição das s defesas protetoras.
A formação de calosidades, comum nas partes de maior pressão na planta (sola) do pé ou do dedo, comporta-se como corpo estranho provocando esmagamento do tecido subcutâneo com extravasamento de sangue. Isto forma um meio de cultura que facilita o crescimento de bactérias que irá evoluir para um abcesso. Devido à sensibilidade diminuída, como que anestesiado por causa da neuropatia, nem sempre o paciente tem consciência que seu pé está com um abcesso porque tem menor acuidade visual, causando complicações futuras.
Quais são as complicações do pé diabético?
A infecção no pé pode invadir facilmente os tecidos vizinhos atingindo também os ossos levando à osteomielite, causando deformações ósseas.
A gangrena pode ocorrer ou pela falta de circulação ou devido à infecção ou ambos que foi causada pela obstrução dos pequenos vasos digitais. Ela também pode ser devida à falta de circulação sangüínea em um grande vaso da coxa ou da perna, devido a sua obstrução. A gangrena se manifesta inicialmente por palidez, vermelhidão e pela pele afetada e tem um mau cheiro característico.
As úlceras ocorrem abaixo da cabeça do metatarso ou nas áreas de maior pressão. Este aumento de pressão leva à formação dos calos e posterior ulceração.
A hiperhidrose, pele seca e fissurada e alteração do fluxo sangüíneo facilitam a instalação e a manutenção de infecções cuja evolução pode ser a gangrena do pé.

sábado, 19 de janeiro de 2008

Acidente Vascular Cerebral

O acidente vascular cerebral (AVC) é caracterizado pela lesão no cérebro causada por um "acidente" em um dos vasos sangüineos que irrigam a região cerebral. Pode ocorrer por um entupimento desses vasos, impedindo a circulação sangüínea, caracterizando o "AVC isquêmico", ou, ainda, um vaso sangüineo pode se romper provocando um sangramento no cérebro. Nesse caso, a denominação é "AVC hemorrágico."
O AVC pode ser causado por várias doenças, mas também existem fatores de risco. Os mais comuns para os tipos isquêmicos são pressão alta, diabetes, doenças cardíacas e taxas de colesterol e triglicérides altas. Pode acometer pessoas fumantes. No caso do AVC hemorrágico, os fatores que o ocasionam são a pressão alta, distúrbios de coagulação e, eventualmente, a presença de aneurisma cerebral (dilatação das paredes de artérias ou veias), que é congênito (a pessoa nasce com ele).
Os sintomas do AVC dependem da parte do cérebro que foi lesada. Em geral, pode haver dificuldade na fala e nos movimentos ou alterações na visão. Formigamento ou fraqueza em uma das partes do corpo também é comum, além de dor de cabeça repentina. Estes sintomas são os mais comuns e podem até ter relação com outro problema, mas a recomendação é que a pessoa procure imediatamente um hospital.

AVC atinge todas as faixas etárias, sendo raro na infância. É mais freqüente nas pessoas acima de 45 anos. Há isquemias relacionadas com os pacientes que têm diabetes e hipertensão arterial, mas existem outros fatores de risco que são comuns em pacientes mais jovens, como os sangramentos cerebrais por aneurisma, que podem acontecer entre a terceira e quarta décadas da vida. Há também casos de AVC causados por uso de pílula anticoncepcional ou consumo de drogas.

Fonte: Texto extraído do Jornal da AME-Associação Metroviários dos Excepcionais, ANO IV - no. 23 - setembro de 2000

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Amor para sempre!!!

(♥) "O valor das coisas não está no tempo em que elas duram, mas na intensidade com q elas acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis" (♥)